Itália Proíbe Uso de Gênero Neutro nas Escolas Públicas
O Ministério da Educação da Itália anunciou na última sexta-feira (21) a proibição do uso de símbolos de gênero neutro, como o asterisco (*) e a vogal xevá (ə), nas escolas públicas do país. A medida tem como objetivo assegurar a conformidade com as normas gramaticais do idioma italiano e garantir a clareza na comunicação institucional.
Em comunicado oficial, o ministério destacou que "o uso de sinais gráficos não conformes, como o asterisco e a xevá, é contrário às normas linguísticas e compromete a clareza e a uniformidade da comunicação institucional". A decisão reflete a posição de entidades linguísticas tradicionais, como a Accademia della Crusca, que já havia desaconselhado o uso de símbolos de gênero neutro em documentos oficiais.
A proibição ocorre em um contexto de debates acalorados sobre identidade de gênero e inclusão na linguagem. Grupos LGBTQIA+ e defensores dos direitos das mulheres argumentam que a linguagem neutra é essencial para promover a inclusão e refletir a diversidade de identidades de gênero na sociedade contemporânea.
Por outro lado, críticos da linguagem neutra afirmam que a introdução de novos símbolos e formas gramaticais pode gerar confusão e dificultar a aprendizagem, especialmente entre estudantes em fase de alfabetização. Eles também ressaltam a importância de preservar as regras gramaticais tradicionais para manter a integridade da língua italiana.
A decisão do ministério é vista como parte de uma tendência mais ampla na Itália, onde políticas conservadoras têm ganhado destaque desde a ascensão da primeira-ministra Giorgia Meloni, conhecida por suas posições firmes em relação à preservação de valores tradicionais.
Escolas públicas em todo o país deverão, a partir de agora, ajustar seus materiais didáticos e práticas pedagógicas para cumprir a nova diretriz. Ainda não está claro como a medida será implementada na prática e quais serão as consequências para instituições ou educadores que não a cumprirem.
A proibição do uso de gênero neutro nas escolas italianas certamente continuará a alimentar debates sobre linguagem, identidade e inclusão, temas que permanecem no centro das discussões sociais contemporâneas.
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